sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

E a neve finalmente chegou! Mas...

Com um pouco de atraso, a tão esperada neve chegou de vez em quase toda a Itália. Muita gente a esperou em dezembro (quem não gosta de um Natal nevado como daqueles filmes americanos?), no começo de janeiro, mas nada dela vir. Só foi chegar no último fim de semana do mês, começando por Aosta e Turim e logo logo se espalhando por todo o país.

Moro na região da Lombardia, no norte da Itália. Não é que todo o inverno neva por aqui, tem ano que não cai um só floco e para ver uma paisagem branquinha é preciso ir para as cidades das altas montanhas (de 1000 metros para cima). Alguns anos, porém, ela chega com tudo também nas áreas mais baixas, como aconteceu durante esta semana. Começou na tarde do dia 31 de janeiro e só foi parar hoje de manhã, dia 3 de fevereiro, mesmo sob um sol resplendente.

A paisagem ficou linda, toda branquinha e irresistível a várias fotografias. As montanhas que circundam a cidade onde moro estão até irreconhecíveis, porque geralmente elas ficam com uma cor feia durante o inverno. Depois dos três dias de neve, hoje saiu o sol à tarde que acabou acentuando mais ainda o branco da neve e dando mais contraste às cores das casas. Todo dia de manhã ou à noite ia para a varanda fotografar a rua de onde moro, às vezes até dentro de casa, só pela janela, tanto que meus vizinhos até já se acostumaram. Bom, mas toda essa beleza logo desaparece e dá lugar aos incômodos, além do frio que, nestes últimos dias, está cada vez mais cruel.

Da varanda de casa

Jardim da minha casa

Uma das coisas mais inconvenientes do pós-neve é a sujeira que se forma nas ruas. Se não forem limpas e cobertas com sal grosso, a neve se transforma em gelo (uma camada bem espessa), deixando tudo escorregadio e perigoso para os pedestres e os motoristas. E dá-lhe força e disposição para cavar a neve da calçada ou da rampa da garagem! Já me disseram que se alguém cai em frente a sua casa, é você quem deve arcar com as despesas. Se é verdade, não sei, mas eu me sentiria culpada se algum velhinho levasse um tombo na frente de casa.

Com as ruas e estradas lisas como um sabão, é melhor muita prudência e baixa velocidade. O resultado é um engarrafamento quilométrico, principalmente nas grandes cidades. E mesmo assim, muitos acidentes acontecem. Chegar ao trabalho no horário é quase impossível, tanto que muitos chefes acabam compreendendo, já que eles também são vítimas dos tais problemas. Sofre também o transporte público, como aconteceu nesta semana com um trem que ficou preso por 7 horas por causa dos gelos nos trilhos.

Depois da neve vem o frio cortante que parece chegar aos ossos. Este ano foi registrado o inverno mais frio desde 1985, tudo por causa de uma massa de ar frio que veio da Sibéria e que está se espalhando por toda a Europa, abaixando cada dia mais as temperaturas (máximas em torno de -5ºC em boa parte da Itália!). Quem mais sofre são os mendigos (na Europa também tem, e como!), muitos nem chegam a sobreviver ao rígido inverno e acabam morrendo de hipotermia. As estações ferroviárias, hotéis e casas de caridade estão abrindo suas portas e acolhendo muita gente que vive nas ruas ou debaixo das pontes, um gesto de humanidade a quem é tão ignorado pela sociedade.

Agora é só esperar este frio siberiano ir embora para dar lugar ao verdadeiro inverno italiano, mais ameno e com dias ensolarados. Só espero que o verão deste ano não seja assim tão extremo, porque aqui quando faz calor é muito difícil suportar.

3 comentários:

  1. Agora é esperar que o frio abrande e aproveitar a tão aguardada neve :) A paisagem ficou linda.
    Beijinhos

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  2. Ola, Vagamundos!
    O frio por aqui ainda vai continuar por mais uma semana, pelo menos é o que dizem as previsoes. Se o tempo melhorar, poderemos ir às montanhas aproveitar a neve mais fresca, ja que aqui embaixo se transformou em gelo e sujeira.
    Obrigada pela visita!
    Beijinhos

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  3. Juliana, convido a ti e a teus leitores para conhecerem e participarem com suas produções literárias do Urbanasvariedades, o modo long play do Urbanascidades, blog cultural de produção coletiva. Visite urbanasvariedades.blogspot.com. e solte o verbo.
    Um abraço,
    Paulo Bettanin.

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